terça-feira, 21 de junho de 2011

Could you be a Messiah


Could You be healer
To a heart that's been wounded

In a battle that's never seen
Could You be teacher
To a mind of confusion
Tell me what does this all mean
Are You deliverer
Of an imprisoned feeling in chains
Can You set my spirit free
And just one more question

Allow me this question
Could You be Messiah to me
Could You be Messiah to me

Could You be father
To a soul that's been abandoned
By a world to busy to hear
Could You be friend
To a helpless survivor
Can You take away my fears
I heard them all sharing
This newfound conviction in them
Are You all that they make You to be
And just one more question

Allow me this question
Could You be Messiah to me
Please be Messiah to me

Now i've been looking for someone like You
And i'm so tired, i'm tired
I've read every book and i've sang every song
My mind maybe right but my heart feels so wrong
Tell me how much further can my life go along
Which way do the roads lead where do I belong...
Are You forgiver
Of my most unknown secrets
Provider of all that I need
Could You be brother
The one who knows better
Would You now stand in the lead
When all this is over all the thunder and lightning
In the daylight just what will I see
The answers to my questions to all of my questions

Could You be Messiah to me
Could You be Messiah to me
Could You be Messiah
Please be Messiah to me...


domingo, 19 de junho de 2011

Crônica do Amor

"Ninguém ama uma pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ele é educada, veste-se bem e é fão do Caetano. Isso são só referências. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo. Nem o ódio de vocês combinam. Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca a sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama esse cara? Não pergunte para mim; você é inteligente.

Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Cohen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de  ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura,  por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim.

Amor não requer conhecimento prévio, nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, ta assim, ó!



Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa."


(Arnaldo Jabor)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Antoine de Saint-Exupéry

"De que nós estamos precisando para nascer para a vida? Precisamos nos dar. Sentimos obscuramente que homem não pode se comunicar com homem senão através de uma mesma imagem. Os pilotos encontram-se quando lutam na mesma linha aérea. Os hitlerianos quando se sacrificam pelo mesmo Hitler. (...) Mas não precisamos de guerra para encontrar o calor do ombro do próximo se corremos pelo mesmo objetivo. A guerra engananos. O ódio não acrescenta coisa alguma ao calor da corrida (...) Quando nos encaminharmos na direção certa, aquela que tomamos na origem, ao despertarmos do barro, somente então seremos felizes. Só então poderemos viver em paz, porque o que dá um sentido à vida dá um sentido à morte." (A Paz ou a Guerra?) 


Ano passado ganhei um dos melhores presentes de aniversário da vida: um livro que se tornou o meu preferido. Chama-se "Um Sentido Para a Vida" cujo autor é o título desse post e autor da conhecidíssima obra "O Pequeno Príncipe". Poucos sabem que ele também escreveu obras para adultos e eu só o soube nesse dia, como também que seus escritos são dignos de um título de excelência.
Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944) foi escritor, jornalista, ilustrador e piloto durante a Segunda Guerra Mundial. Como piloto e combatente, realizou missões na Rússia, Espanha, Egito, França e outros e as reportou em cartas a jornais franceses e canadenses. Algumas dessas cartas estão contidas no livro que citei, e demonstram todo o horror pela guerra e o ódio por um tempo que transforma os homens em robôs e lhe tira até o tempo para pensar. Em algumas das cartas, ele descreve de forma poética a experiência de voar; em outras descorre sobre o tema da modernidade, enfatizando a importância de "se dar um sentido à vida dos homens."
Em 31 de julho de 1944, Saint-Exupéry decolou da Córsega numa missão de reconhecimento sobre a França ocupada com destino a Grenoble. Devia estar de volta à 0h30. Às 3h30, foi oficialmente dado como desaparecido. Em abril de 2004 foram encontrados destroços de avião no Mar Mediterrâneo, próximo de Marselha, que foram identificados como sua aeronave. Para saber mais de sua morte e reconhecimento: http://www.consciencia.net/2004/mes/05/nyt-saint-exupery.html
Admiro suas obras pela poesia e pela profundidade. São universalizantes pois tocam em princípios humanos como a guerra e sentido da vida e são recheadas de frases de efeito ("Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas"). São delicadas, originais e contemporâneas. Tudo isso tem um nome: genialidade.

Trechos do livro:

"Escutem, meus amigos americanos, parece que há algo de novo em formação no nosso planeta. O progresso material dos tempos modernos uniu realmente a humanidade por uma espécie de sistema nervoso. Os contatos são inúmeros. As comunicações são instantâneas. Estamos materialmente ligados como as células de um mesmo corpo. Este corpo, porém, não possui a mesma alma. Este organismo ainda não tomou consciência de si próprio. A mão não sente que pertence ao mesmo corpo dos olhos." (Pleito pela Paz)

"Depois, em torno de mim, tudo pulou.
Não consigo falar sobre os dois minutos que se seguiram. Na minha lembrança só emergem pensamentos rudimentares, esboços de raciocínios, observações simples. Não posso fazer drama porque não existiu drama. Não posso senão alinhar meus pensamentos numa espécie de ordem cronológica.
Em primeiro lugar, eu não estava mais avançando. Tenho obliquado sobre a direita para corrigir uma súbita inclinação, vi a paisagem imobiliar-se pouco a pouco e depois parar definitivamente. Não estava ganhando terreno. Minhas asas não mais mordiam o desenho do solo. Via a terra oscilar, rodar, mas sempre no mesmo local: o avião estava derrapando como sobre uma engrenagem gasta." (O Piloto e as Forças da Natureza)

"Poderá se confundir essa aceitação resignada com espírito de sacrifício ou grandeza moral. Seria contudo um grande erro. Os elos de amor entre o homem de hoje e os seres e as coisas são tão pouco estreitos, tão pouco densos que o homem já não sente a ausência como outrora. Lembro aquela terrível história judaica: 'Vais então para lá? Como ficarás longe! - Londe de quê?' O 'onde' que eles deixaram não é senão um feixe de hábitos. Nesta época de divórcios, os homens divorciam-se das coisas com idêntica facilidade. Mudam com facilidade de geladeira e de casa, também. E de mulher. E de religião. E de partido. Nem sequer se pode ser infiel: infiel a quê? Longe de onde e infiel a quê? Deserto de homens." (Carta ao General 'X')

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Toda discussão tem pelo menos dois lados

Enxergar mais do que um é menos confortável e mais angustiante. Demanda maturidade e responsabilidade.

- Oh não, de repente tudo se tornou neocubismo.
- Tudo começou quando Calvin envolveu seu pai num pequeno debate! Rapidamente Calvin viu os dois lados da questão! Depois, coitado do Calvin, começou a ver os dois lados de TUDO!
- O tradicional ponto de vista singular foi abandonado! A perspectiva foi fraturada!
- As vistas múltiplas providenciam muita informação! É impossível de se mexer! Calvin rapidamente tenta eliminar todas as perspectivas menos uma!
- Funciona! O mundo cai numa ordem reconhecível!

- Você ainda está errado, pai.